sexta-feira, agosto 19, 2005

quinta-feira, agosto 18, 2005

Sigamos

No suor do dia-a-dia, encontramos a estrada. O caminho existe, mas apenas o conhecemos, caminhando.

Portanto, sigamos em frente! O horizonte se aproxima.

sexta-feira, agosto 12, 2005

A morte de cada dia

Duas faces mortificadas. Uma de um senhor que conheci duas semanas antes de sua morte. A outra, do meu avô.
É estranho. Olhos fechados, alguém que já não é mais alguém. Será meio-gente? Será massa apenas? Será objeto? É ser humano ainda?
Dois caixões, duas histórias. Diferentes. Iguais. Todos morrem. Todos vivem, cada um da sua maneira. E choramos por eles.
Esses dois fatídicos episódios me fizeram ter mais fé na vida. Amar ainda mais as pessoas e a Deus. O que temos parece pouco (sonhamos mais do que vivemos). Mas, na verdade, temos muito, muito mesmo.
Vale a pena viver. Mesmo que isto exija de nós mais força, mais coragem, mais integridade.
Sem medo da morte, porque, via de regra, ela é inevitável.

sábado, agosto 06, 2005

Retina

A estrada que chega,
A luz que surpreende.
O asfalto que beija,
A chuva fervente.

É o que se vê.
É tido,
Corrompido,
Esculpido.

Pelos caminhos da retina,
Sou sobrevivente.

Sobrevivo ao caos dos meus próprios olhos...
Doentes.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Ser humano (e suas calamidades)

Há duas semanas, um amigo meu acordou com os olhos inchados. Ele foi ao médico e descobriu que estava com um tipo raro de câncer. Todos nós ficamos estupefados com a notícia. O meu amigo chama-se André e ele tem apenas 22 anos.

Um casal muito querido tentou pela terceira vez ter seu primeiro filho. Todos os bebês morreram ainda na barriga da mãe. O último faleceu esta semana. O esposo nos enviou uma carta de lamento sincera e comovente.

Como enfrentar a dor da doença? Como ser gente diante da indignidade causada por uma enfermidade repentina e grave?

Não sei. Ainda estou sofrendo com estas dúvidas. Mas não sou existencialista, nem humanista. Acredito. Tenho esperança. Olho para além do horizonte.

Como quando olhamos diretamente para os raios do sol de meio-dia, estou com a vista cansada. Porém, sei que pior do que sentir dor nos olhos, é tê-los cerrados e viver na escuridão.

Não sei porque as doenças acontecem. Mas sei que Deus não ficou inerte diante de nosso sofrimento. Ele mesmo veio ao mundo dos mortais e sofreu todas as dores para que tivéssemos esperança de que a salvação ainda existe e ela está disponível.

Salvação de quê?

Salvação das cadeias que nos prendem a nós mesmos e aos nossos desejos egoístas. Salvação da uma "vida-morte" sem sentido e distante de tudo que faz parte do Bem. Salvação da indignidade, do vício, da solidão, da imbecilidade, da alienação, da superficialidade.

Deus é a salvação de tudo que reduz nossa verdadeira humanidade.

E o que é ser realmente humano? É saber exatamente onde estou, porque estou, quem sou. A humanização nos faz ter coragem para enfrentar a realidade cruel e concreta do dia-a-dia. Porque não há melhor opção senão enfrentá-la.