sábado, novembro 28, 2009

Entregue sua humanidade a Deus


O que o homem pode oferecer a Deus? Sua própria humanidade. É o que Deus quer, e o que o ser humano reluta em entregar. É porque corremos o risco de experimentar a vulnerabilidade que então evitamos esta condição.
Decidimos, e assim tratamos de realizar: "de meus erros cuido eu". Quanto mais seguimos este caminho, mais absurda parece a decisão de "entregar nossa humanidade" a Deus.

Assim foi com Moisés, que por 8 vezes (Ex. 3.11, 13; 4.1, 10, 13; 5.22; 6.12, 30) teimou em não entregar suas fraquezas ao Senhor. A missão que Deus deu a ele, de fato, era imensa e grave: libertar todo um povo do poder opressivo de uma grande nação. O peso da responsabilidade fez com que Moisés usasse sua humanidade como desculpa para negar o chamado de Deus.

É interessante perceber que, como resposta, Deus dispôs sua identidade divina como garantia para a humanidade frágil de Moisés (Ex. 3.12, 14; 4.5, 11; 6.2; 7.1-5). Quando, enfim, convenceu-se de que a melhor maneira de enfrentar seus medos era entregá-los a Deus, Moisés se tornou um dos líderes mais perseverantes da história bíblica.


Tudo o que sou pertence ao Senhor! No entanto, reluto em entregar-me plenamente a ele, em atitude de adoração e dependência. Se assim o fizer, Deus se fará conhecido no recôndito de minhas fragilidades. Que assim seja!

sábado, novembro 14, 2009

Considerações sobre trabalho

Gênesis começa narrando o trabalho de Deus. E, ao fazê-lo, em seguida o Senhor concede ao ser humano o privilégio de trabalhar também. Com o pecado, tudo ficou desequilibrado, inclusive, nossa percepção sobre o trabalho. Nos cansamos, criamos hierarquias, nos identificamos exageradamente com a tarefa e esquecemos quem somos.

Para Deus não há dicotomia entre ser e fazer. Quem sofre deste mal é o ser humano, que, por sua vez, na maioria das vezes, não sabe lidar com este privilégio.

Para nós, o trabalho se tornou instrumento de opressão e não de benção, reordenação, aproximação com o Deus que nos deu a capacidade de trabalhar.

Por isso, em essência, todo trabalho humano deve ser uma extensão do trabalho de Deus no mundo, ou seja, todo trabalho (grande ou pequeno) deve ser uma espécie de redenção do desequilíbrio existente.

sábado, novembro 07, 2009

Como lidar com o mundo, a carne e o diabo?

Mundo, carne e diabo; este é um resumo útil oferecido pelo livro de orações da Igreja da Inglaterra com respeito à complexidade de tratar com o mal sistêmico. Mas, como lidamos com o mal?
Tratamos com o mundo não nos conformando a ele e nos conformando com a vontade de Deus (Rm 12.2). Tratamos com a carne pela mortificação (identificando com a crucificação de Cristo) e aspiração (respirando no Espírito). Lidamos com o diabo resistindo e fugindo (Tg 4.7).
É uma batalha de muitas frentes: o mundo, a carne e o diabo. Nosso Senhor se encontra conosco em cada uma dessas frentes: transformando-nos interiormente (Rm 12.2), a fim de podermos transformar o mundo em vez de nos conformarmos a ele, enquanto penetramos nele em nossa obra e missão; produzindo fruto do Espírito através de nós (Gl 5.22,25), enquanto decidimos andar no Espírito e considerar a carne como crucificada; e vencendo o maligno, o diabo (Ap 12.10,11), por meio de todo tipo de oração (Ef 6.13-18) enquanto colocamos a armadura de Cristo.

Stevens, R. Paul. Os Outros Seis Dias. Editora Ultimato e Textus. Viçosa, MG. 2005, p. 199.

terça-feira, novembro 03, 2009

A verdade mais forte

Para entender todas as verdades bíblicas é preciso, antes de tudo, ter uma certeza absoluta: o amor de Deus é mais forte que tudo. Este amor vai além de qualquer tentativa racional ou esforço humano de merecimento. O apóstolo Paulo nos ensina isso em sua famosa carta (seria uma poesia?) aos Romanos (8.28-39).

Este trecho nos inspira a acreditar que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam (28). Só dá para acreditar nisso se, de fato, cremos que o amor de Deus é poderoso o suficiente. Amor esse experimentado em Jesus Cristo (32), que nos justifica (33), que intercede por nós (34), que nos faz vencer em meio a obstáculos imensos como a morte, os demônios, a acusação e a possibilidade de condenação.

Quanto mais perigoso o mundo de hoje se torna mais precisamos crer no amor de Deus. Para Paulo, nada nem ninguém poderá nos separar dele. Como um náufrago que, mesmo cansado, se agarra com todas as forças ao barquinho que flutua, o ser humano deve se apegar ao Senhor.

As palavras de Paulo nos fazem imaginar um quadro, com sua pintura e sua moldura. A pintura, feita por nós, contém traços imperfeitos, com suas possibilidades de sofrimento que formam este mundo. Por isso o autor enumera coisas como: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada (35). Muitas dessas nos vitimam exatamente porque somos cristãos (36).

Mas a moldura do quadro é talhada pelo próprio Deus e dá sentido, tempo e espaço ao que foi pintado. Essa moldura é o Seu amor, com toda a sua plenitude revelada em Jesus Cristo (34).

Por isso, é possível dizer, com toda certeza, que Deus age em todas as coisas; porque o sofrimento que ainda vivemos hoje está limitado pelo amor dele. Amor forjado pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz.

Que o magnífico vislumbre de Paulo nos faça lembrar a maior e mais forte verdade de todas.