quarta-feira, dezembro 30, 2009

As batalhas da vida


Domingo fui testemunha de um marco histórico em Caeté (MG): seu Raimundo e dona Dulce completaram 50 anos de casamento. Eu os havia conhecido no dia anterior. Sorrindo, ele não descartou as dificuldades da convivência a dois. Fico imaginando quantas lutas este casal não enfrentou durante 5 décadas para sustentar a família e manter o relacionamento conjugal!

Neste natal, reunimos integrantes de nossas famílias (a minha e a da minha esposa). Foi um tempo abençoado, de alegria. Mas não pude deixar de perceber o esforço geral para não sucumbirmos aos pontos de tensão existentes. Foi preciso muita oração e paciência para mantermos a comunhão.

Nestes últimos dias, tem chovido constantemente em Minas. As manchetes de jornal contam o drama de quem mora em áreas de risco e sofre com o prejuízo dos alagamentos. Enquanto isso, vemos a luta dos ambientalistas para salvar o planeta.

Na segunda-feira, visitei uma igreja batista em Sabará (MG). Pude ver o esforço do pastor local para mobilizar igrejas e governantes, desenvolver projetos de responsabilidade social, e pregar o Evangelho de Cristo.

Estes são alguns exemplos (entre milhões) de que a vida é realmente uma batalha. Todos os dias. Talvez seja por isso que precisamos de uma linha imaginária do início e do fim de um tempo que nos ajude a respirar um pouco, a descansarmos da caminhada. Findamos 2009, começamos 2010, com o sentimento de que algo novo está por vir.

Enquanto leio o livro Surpreendido pela Esperança (N. T. Wright), me dou conta de que o futuro que nos espera será fundamentalmente uma redenção de todo o esforço gasto nas batalhas da vida presente. De todas elas, das menores às maiores, das cotidianas às cósmicas. Segundo o autor, seremos uma nova criação, já antecipada pela ressurreição de Cristo:
"A ressurreição não é um evento absurdo, mas o símbolo e o ponto de partida para o novo mundo. A proposta oferecida pelo cristianismo possui essa magnitude: Jesus de Nazaré não é simplesmente uma nova religião, ou uma nova ética, ou um novo caminho de salvação. Trata-se de uma nova criação". (p. 82, 83)

Sinceramente, acredito muito nisso. Não espero o céu como escapismo (apesar de saber que, segundo Jesus, ainda teremos muitas dores), mas aguardo confiantemente o próximo evento decisivo de Cristo: sua segunda vinda para tornar novas todas as coisas. E esta renovação santa e definitiva dará o sentido pleno a tudo que fazemos hoje em favor do reino de Deus. Cada ato, cada sentimento, cada convicção, cada atitude de entrega, cada batalha. Tudo isso será visto em sua plenitude, sem a presença do pecado.

Minha oração para 2010 é que a esperança cristã, de fato, nos surpreenda e lance luz às batalhas da vida hoje.

terça-feira, dezembro 15, 2009

Em tão breve viagem de metrô

Eu, sentado na poltrona de um metrô de São Paulo. 10h00. Manhã de hoje. Absorvo os rostos e jeitos dos passageiros. As rugas e as varizes da senhora me chamam a atenção. Como era seu rosto há 20 anos? Ela tem uma beleza perdida. Será que ainda lembra do tempo de jovem menina? O quanto das marcas do sofrimento lhe diminuiram a esperança?
Do outro lado, um rapaz mexendo repetidamente os dedos. Só então percebo o quanto os sons e os movimentos desta viagem são irritantemente repetitivos. A ânsia por algo novo me incomoda.
A moça que fala ao telefone parece sentir-se única em meio a tanta gente. Sua vida está contida no diálogo com uma pessoa invisível do outro lado da linha.
Pergunto-me em pensamento: este sou eu ou é o outro de mim? Este outro seria o verdadeiro, ainda que em tranformação pela graça? Ou seria ele o falso, que teima em impedir a renovação genuína?
Que conflito! Que complexidade! E em tão breve viagem de metrô...

sábado, novembro 28, 2009

Entregue sua humanidade a Deus


O que o homem pode oferecer a Deus? Sua própria humanidade. É o que Deus quer, e o que o ser humano reluta em entregar. É porque corremos o risco de experimentar a vulnerabilidade que então evitamos esta condição.
Decidimos, e assim tratamos de realizar: "de meus erros cuido eu". Quanto mais seguimos este caminho, mais absurda parece a decisão de "entregar nossa humanidade" a Deus.

Assim foi com Moisés, que por 8 vezes (Ex. 3.11, 13; 4.1, 10, 13; 5.22; 6.12, 30) teimou em não entregar suas fraquezas ao Senhor. A missão que Deus deu a ele, de fato, era imensa e grave: libertar todo um povo do poder opressivo de uma grande nação. O peso da responsabilidade fez com que Moisés usasse sua humanidade como desculpa para negar o chamado de Deus.

É interessante perceber que, como resposta, Deus dispôs sua identidade divina como garantia para a humanidade frágil de Moisés (Ex. 3.12, 14; 4.5, 11; 6.2; 7.1-5). Quando, enfim, convenceu-se de que a melhor maneira de enfrentar seus medos era entregá-los a Deus, Moisés se tornou um dos líderes mais perseverantes da história bíblica.


Tudo o que sou pertence ao Senhor! No entanto, reluto em entregar-me plenamente a ele, em atitude de adoração e dependência. Se assim o fizer, Deus se fará conhecido no recôndito de minhas fragilidades. Que assim seja!

sábado, novembro 14, 2009

Considerações sobre trabalho

Gênesis começa narrando o trabalho de Deus. E, ao fazê-lo, em seguida o Senhor concede ao ser humano o privilégio de trabalhar também. Com o pecado, tudo ficou desequilibrado, inclusive, nossa percepção sobre o trabalho. Nos cansamos, criamos hierarquias, nos identificamos exageradamente com a tarefa e esquecemos quem somos.

Para Deus não há dicotomia entre ser e fazer. Quem sofre deste mal é o ser humano, que, por sua vez, na maioria das vezes, não sabe lidar com este privilégio.

Para nós, o trabalho se tornou instrumento de opressão e não de benção, reordenação, aproximação com o Deus que nos deu a capacidade de trabalhar.

Por isso, em essência, todo trabalho humano deve ser uma extensão do trabalho de Deus no mundo, ou seja, todo trabalho (grande ou pequeno) deve ser uma espécie de redenção do desequilíbrio existente.

sábado, novembro 07, 2009

Como lidar com o mundo, a carne e o diabo?

Mundo, carne e diabo; este é um resumo útil oferecido pelo livro de orações da Igreja da Inglaterra com respeito à complexidade de tratar com o mal sistêmico. Mas, como lidamos com o mal?
Tratamos com o mundo não nos conformando a ele e nos conformando com a vontade de Deus (Rm 12.2). Tratamos com a carne pela mortificação (identificando com a crucificação de Cristo) e aspiração (respirando no Espírito). Lidamos com o diabo resistindo e fugindo (Tg 4.7).
É uma batalha de muitas frentes: o mundo, a carne e o diabo. Nosso Senhor se encontra conosco em cada uma dessas frentes: transformando-nos interiormente (Rm 12.2), a fim de podermos transformar o mundo em vez de nos conformarmos a ele, enquanto penetramos nele em nossa obra e missão; produzindo fruto do Espírito através de nós (Gl 5.22,25), enquanto decidimos andar no Espírito e considerar a carne como crucificada; e vencendo o maligno, o diabo (Ap 12.10,11), por meio de todo tipo de oração (Ef 6.13-18) enquanto colocamos a armadura de Cristo.

Stevens, R. Paul. Os Outros Seis Dias. Editora Ultimato e Textus. Viçosa, MG. 2005, p. 199.

terça-feira, novembro 03, 2009

A verdade mais forte

Para entender todas as verdades bíblicas é preciso, antes de tudo, ter uma certeza absoluta: o amor de Deus é mais forte que tudo. Este amor vai além de qualquer tentativa racional ou esforço humano de merecimento. O apóstolo Paulo nos ensina isso em sua famosa carta (seria uma poesia?) aos Romanos (8.28-39).

Este trecho nos inspira a acreditar que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam (28). Só dá para acreditar nisso se, de fato, cremos que o amor de Deus é poderoso o suficiente. Amor esse experimentado em Jesus Cristo (32), que nos justifica (33), que intercede por nós (34), que nos faz vencer em meio a obstáculos imensos como a morte, os demônios, a acusação e a possibilidade de condenação.

Quanto mais perigoso o mundo de hoje se torna mais precisamos crer no amor de Deus. Para Paulo, nada nem ninguém poderá nos separar dele. Como um náufrago que, mesmo cansado, se agarra com todas as forças ao barquinho que flutua, o ser humano deve se apegar ao Senhor.

As palavras de Paulo nos fazem imaginar um quadro, com sua pintura e sua moldura. A pintura, feita por nós, contém traços imperfeitos, com suas possibilidades de sofrimento que formam este mundo. Por isso o autor enumera coisas como: tribulação, angústia, perseguição, fome, nudez, perigo e espada (35). Muitas dessas nos vitimam exatamente porque somos cristãos (36).

Mas a moldura do quadro é talhada pelo próprio Deus e dá sentido, tempo e espaço ao que foi pintado. Essa moldura é o Seu amor, com toda a sua plenitude revelada em Jesus Cristo (34).

Por isso, é possível dizer, com toda certeza, que Deus age em todas as coisas; porque o sofrimento que ainda vivemos hoje está limitado pelo amor dele. Amor forjado pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz.

Que o magnífico vislumbre de Paulo nos faça lembrar a maior e mais forte verdade de todas.

domingo, outubro 11, 2009

Bem dito


"Creio no cristianismo como creio que o sol levantou-se, não só porque o vejo, mas porque por meio dele vejo tudo o mais".
C.S.Lewis

sábado, outubro 10, 2009

Crianças do Brasil

Embora tenha havido melhorias, 44,7% das crianças e adolescentes de até 17 anos viviam, em 2008, com uma renda familiar per capita de meio salário mínimo e 18,5% de ¼ de salário mínimo.

Fonte: IBGE, outubro/2009.

quarta-feira, setembro 30, 2009

O Lugar do Coração

“Onde está o teu tesouro, aí estará também o seu coração”, disse Jesus. O lugar do meu coração é o colo do Pai, mas os rumos que devo tomar aqui na terra nem sempre são precisos. Isso porque sou meio surdo. Não ouço muito bem as palavras do Mestre anunciando os preceitos, as cores e as promessas do Reino.

Vez ou outra me esqueço do que faz meu coração pulsar e me dedico somente a cumprir ordens e atender expectativas. A voz de Deus é que faz o coração bater, mas nem sempre é fácil dizer o que é e o que não é a voz de Deus.

Para isso, preciso trilhar uma caminhada muito mais longa e profunda, que conjuga os lados de dentro e de fora de meu coração, as palavras dos que me amam e dos sábios, e o coração do Pai revelado nas Escrituras.

A decisão de onde depositar o meu tesouro (aquilo que mais valorizo) necessita de coragem. Significa que meu coração não estará em todo lugar, nem atenderá todos os interesses e expectativas. Em muitas frentes e demandas da vida, ele simplesmente estará ausente com o nobre fim de quedar-se completamente presente em outras. Não é egoísmo, mas humildade e sabedoria.

A frase de Jesus se refere originalmente ao risco de ser levado pelos rumos da ganância material (Mt 6.19-21). Dedicar minha vida a acumular tesouros sobre a terra é como construir castelos de areia na praia. Por mais bonita que a obra fique, as ondas virão e levaram consigo todo o trabalho realizado. O materialismo empobrece e confunde a caminhada.

Para caminhar com coragem é preciso, antes de tudo, discernir entre o efêmero e o perene, entre provisório e o eterno. Como começar? Esquadrinhando o coração, o único tesouro que realmente possuímos.

sexta-feira, setembro 25, 2009

Aviso aos navegantes

René Padilla fará o lançamento do seu livro "O que é Missão Integral?" em Viçosa (MG) no dia 04 de outubro, após o culto à noite na Igreja Presbiteriana de Viçosa.
A programação do dia 05 na cidade foi cancelada por dificuldades na reserva de passagens aéreas.

C. René Padilla no Brasil


Semana Teológica do curso de Bacharel em Teologia do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
Tema: "Os 40 anos de Missão Integral"
Data: 1 a 3 de outubro
Obs.: René Padilla ministrará palestra no dia 2 (manhã e noite) e no dia 3 (manhã), quando haverá também uma mesa redonda com professores da pós-graduação da PUC, MG.
Saiba mais, clique aqui.

Lançamento do livro "O Que É Missão Integral?"
Data:
4 e 5 de outubro
Local: Igreja Presbiteriana de Viçosa, MG
Obs.: René Padilla pregará no culto à noite do dia 4 e lançará o livro à noite do dia 5.
Horário: 19:30h
Informações: (31) 3611-8500/ atendimento@ultimato.com.br

Conferência "O Que É Missão Integral"

Preletor: C. René Padilha
Data: 7 de outubro
Local: Igreja de Cristo de Jardim América – Rua Buenos Aires, s/n, Felipe Camarão, Natal, RN.
Horário: 08:00 às 12:00h
Informações: (84) 9983-4736 / 9993-8888 / leandro_amme@yahoo.com.br

Transformando a missão
Data: 8 a 10 de outubro
Local: Salvador, BA
Informações: inscricao@transformandoamissao.com.br / (71) 8107-3741/ 3183-0600 /
(75) 3614-4007 / 8817-6888 / 9172-3310

sábado, setembro 19, 2009

Não adianta


Não adianta imaginar coisas, não adianta fabricar as virtudes artificialmente, não adianta gritar sem razão, não adianta fingir ter fé, não adianta manter uma aparência e um status que, no fundo, são insustentáveis.

É preciso sentir em todos os poros a Palavra de Deus. Permitir que ela forme a nossa mentalidade, nossa maneira de ver o mundo. Para agir corretamente, é preciso conhecer a Bíblia como um todo. É preciso lê-la toda, e caminhar, sem preguiça, por todo o seu solo vasto e belo.

Não se trata de ideologias religiosas superficiais que se baseiam no "contra" sem refletir no "a favor", que se alimentam de frases de efeito e publicitárias com vestimentas espirituais. Ou de legalismos inconsequentes.

Ser diferente por ser diferente não importa. É preciso trilhar um caminho coerente do começo ao fim, que redunde em uma vida diferenciada, mas que sabe ler o mundo e a sociedade.

Essa capacidade de leitura permite visualizar a complexidade da vida, os caminhos enganosos, as relações do pecado, as necessidades urgentes, os riscos eminentes, mas também as bençãos inesperadas, as mudanças de dentro para fora, a esperança construída e legitimada comunitariamente. E, a partir disso, podemos participar da transformação de Cristo, ou em suas próprias palavras, ser "sal e luz".

quarta-feira, agosto 26, 2009

Vens

Vens, tu que tens um sorriso a me dar
Vens, entre os montes de tristeza, me acalmar
Tens meu coração, porção da terra a percorrer
Tens mãos, cheias de água ao rosto lavar
Que de mim, sabes o fim, e ainda o andar.

Tens a vida, compartilhada no olhar
Tens, da terra seca, pés rachados, no guiar
Mas no fundo, esperança, tanto a ver
Tens a teia, de cada veia a perfurar
Que de nós, sentes a dor, e ainda o findar.

Vens, pelo reverso dos descaminhos, a iluminar
Vens, aqui na sujeira do mundo, a purificar
Tens a reconciliação nos braços, abertos a querer
Como que fazendo e refazendo o tear
Pelo sangue, que de nós, veio e tens a dar.

Venhamos, pois, contigo!
Tenhamos, então, parte em ti!
Para tudo ser,
eu todo,
todo tempo.

sexta-feira, julho 31, 2009

Com dor de barriga, falando sobre o mal


Fui acometido de uma possível infecção intestinal. Não entendo muito de saúde, mas quando eu próprio sou o doente é inevitável pensar nela. Imagino o que poderia ter causado este mau-estar: talvez o peixe que comi no almoço ou mesmo o salgadinho durante a viagem do Rio para Belo Horizonte na quarta-feira.
A verdade é que sempre há uma causa, e sempre há uma consequência diante da realidade, boa ou ruim (neste caso, ruim). Não que isso seja imediato ou previsível, como muitos teorizam. Mas o fato é que somos cercados pelo mal e suas relações perversas. Acho que pensamos pouco a respeito disso. Ou seja, o mal não é somente uma categoria isolada (seja espiritual, social ou econômica). Ele se faz nas relações ou nos elos que ligam uma ação a outra.
Por exemplo, o assassinato de adolescentes. Segundo estatísticas divulgadas recentemente, de 2006 a 2012 irão morrer 33 mil adolescentes entre 12 e 18 anos em 267 municípios brasileiros. O assassinato em si não pode ser lido como um fato único. Ele está ligado também à injustiça nas questões de raça, gênero, idade, e territórios. Ou seja, o mal pode ser mais intenso quando se conjuga a outros fatores ou elos de iniquidade.
Precisamos aprender a ler a Bíblia e a realidade a partir desta perpectiva. Assim, poderemos enfrentar com mais maturidade as consequências da atuação do mal.
Se lermos o relato de Marcos sobre a prisão e a morte de Jesus (capítulos 14 e 15), chegaremos à conclusão de que as sucessivas ações do mal foram feitas por diferentes personagens: Judas, os guardas, os mestres da lei, o sumo-sacerdote, o povo, Pilatos... E ainda no capítulo 14, a exortação de Jesus a seus discípulos nos alerta que esta conjugação do mal começa dentro de nós mesmos: "a carne é fraca" (Mc 14.38)
Para enfrentar essa "corrente do mal" precisamos inevitavelmente fazer parte de uma "rede do bem". Para tanto, devemos estar unidos, em nome de Jesus.

PS.: Depois de muitos chás, alimentação regrada e descanso, já me sinto bem melhor do estômago.

sexta-feira, julho 24, 2009

Ao som dos mosquitos

O som dos mosquitos parece uma orquestra de baixos. Eu olho de dentro do mosquiteiro, e sorrio por saber que eles estão do outro lado. Estou em Igarapé-Açu (PA), na casa de meus pais, e lembro que já havia esquecido o tanto de mosquitos (aqui conhecidos como carapanã) que rodeiam nossas orelhas.
Estou no terceiro dia de estadia aqui. Me sinto como estes mosquitos: andando em círculos, sem direção certa. Tento lembrar que estou de férias, mas ainda tenho a sensação de dever sobre alguma coisa. Talvez seja isso mesmo: nunca tiramos férias completamente quando vivemos num mundo tão cheio de complexidades. Sempre temos uma missão, um objetivo, um olhar sobre os problemas.
Enquanto assisto TV, lembro que esta pode ser uma boa oportunidade para eu olhar de novo minha história, e, quem sabe, compreender melhor meus desafios de hoje. Família, fé, respeito, dificuldades sociais, pobreza... tudo isso tem a ver não somente com convicções teológicas e sociais, mas também com minha própria história pessoal. Não é possível lutar contra a pobreza se você não sentiu alguma vez a dor de ser pobre. (não quero dizer que você precisa necessariamente ter sido pobre, mas que você deve ter sentido os efeitos da pobreza).
Os mosquitos me incomodam, confesso. Mas tristeza mesmo vem quando percebo o quanto impotente me sinto diante da realidade. A começar pelas relações humanas e familiares. Preciso aprofundar minhas convicções a ponto de lutar por elas. E sei que somente o Espírito Santo pode fazer esta revolução em mim.

segunda-feira, julho 20, 2009

Rumo ao arco-íris



As malas estão (quase) prontas para a viagem. Hoje sigo para o Rio de ônibus. Na quarta de manhã cedo, embarco no vôo da Gol para Belém. Depois de 2 anos e meio, vou rever meu pai. Estou com saudades da família. Pena que meu tempo será curto: apenas uma semana. No entanto, aguardo com expectativas os dias que estaremos juntos; eu, meu irmão, minha sobrinha, meu pai e minha mãe.
Na bagagem, levo um livro sobre perdão. Meu coração pede a Deus que o milagre da reconciliação aconteça entre meu pai e meu irmão. A Bíblia chama isso de "mistério" e "ministério". Remendar, unir novamente o que está afastado, restaurar a forma original e, assim, permitir que haja vida novamente.
Essa deveria ser nossa luta mais forte, pela qual gastaríamos nossas forças e dons. Essa é a obra do Pai: reconciliar para si todas as coisas pelo meio de Jesus Cristo.
Só consigo imaginar o resultado disso como um grande arco-íris cortando o céu azul. A obra de Deus traz a beleza para o coração humano.

sábado, julho 11, 2009

Fui à Mangue Seco, mas não molhei os pés


Quase 7 da manhã. Quarta-feira, início do meu terceiro e último dia em Recife (PE), e eu só havia visto a praia de longe. Daí minha resolução: acordar cedo e apreciá-la.
Sentei-me em uma cadeira da estrutura de madeira montada sobre as águas, e tentei ficar em silêncio para ouvir os sons que tanto gosto. Não fosse a sujeira deixada pelos boêmios da noite anterior e a presença incômoda de uma cadela grávida, eu teria conseguido me concentrar mais.
Ao sair, vi uma canoa chegando. Tive a ideia de ir ao outro lado e visitar a famosa praia de Mangue Seco (aquela aonde a novela Tieta foi filmada). Lembrei que não tinha dinheiro. Cheguei próximo de Chico, o dono do barco, e perguntei o preço de ida e volta. "Dois reais para ir e dois para voltar". Revirei o bolso da minha mochila e encontrei, por sorte, 3 moedas de um real. Ele aceitou o novo preço e me levou até o outro lado.
Munido de minha máquina fotográfica e curiosidade, cheguei às margens da praia. Alguns pescadores, areia meio escura, e uma sensação de decadência. Caminhei vários metros para a direita, mas encontrei pouco encanto. Mato, sujeira, cachorros, alguns homens bebendo aguardente. As poucas casas existentes eram cercadas de grades e algumas com cãos de guarda. Nem pareciam casas de praia.
Segui em frente, procurando boas imagens para fotografar. Encontrei um pedaço de pano com vários rasgos, em fortes movimentos causados pelo vento. No fundo, um sol preguiçoso. Bati duas fotos da cena.
Caminhei um pouco mais, e encontrei uma fila de árvores em tamanho ordenadamente crescentes. Foi a foto que mais gostei.
Encontrei um jovem pescador que, apressado, contou-me a razão de ilha estar tão vazia de gente. "Ainda está cedo, e além disso os turistas gostam de vir no fim de semana". Com uma vara nos ombros, o pescador seguiu em frente, como que não considerando interessante continuar conversando com um turista que fazia perguntas óbvias.
Cheguei então no local onde estavam os diversos bares-restaurantes. E percebi que ali sim é que os turistas ficavam, mas naquela hora do dia havia apenas um casal de namorados e um homem em outra mesa. As dezenas de palmeiras enfileiradas davam o ar turístico ao ambiente. Não pude seguir em frente; precisava voltar ao hotel para o início do evento em que participava.
Ao sentar-se no barco e tomar o caminho de volta à praia, comecei a conversar com Chico, o remador. Ele foi apontando as casas que pertenciam à família do dono de uma empresa de cimento. Casas lindas e com tamanhos desproporcionais às propriedades dos nativos de Mangue Seco. Ao perguntar a ele se o dono das casas ajudava de alguma maneira a população local, ele sorriu e respondeu, com ironia: "ajuda nada. Ele vem nos fins de semana, anda na lancha e vai embora".
Voltei para o hotel com uma incômoda sensação de tristeza. A realidade de desigualdade do país se reproduz em cada espaço local. Uma vez, outra vez, sempre. Mais recentemente, na praia de Mangue Seco.
Curiosamente, fui à praia, mas não molhei os pés. As ondas me convidavam, mas sem razão aparente, não quis. Minhas sandálias continuaram secas, apesar de sujas de areia.
Cometemos o mesmo absurdo. Vamos à praia, tiramos fotos, mas não molhamos pés. Mangue Seco, em decadência, é um recorte de nosso Brasil, desproporcionadamente lindo e desigual.

sábado, julho 04, 2009

Universo revelado

Olhando para dentro, mais do que para os outros, encontro-me com um universo complexo. Vendavais de fantasias, rios de ilusão. Argumentos contra argumentos, num ciclo ininterrupto de tentações e pensamentos.
Há quem destaque a beleza da humanidade - a qual não nego e igualmente me maravilho. Mas não dá para fugir do oculto que há dentro de cada um de nós.
Guerra implacável entre realidade e ilusão, convicções e vícios frustrados. Sangue, morte, ressurreição... O caminho misterioso de Cristo pode iluminar o nosso próprio. Como que sabendo quem somos, ele se submeteu a este universo que há dentro de nós. Sentiu a vida, sentiu-me.
E renasceu, como que em um grito. "Onde está, ó morte, a tua vitória?" Não há vitória para quem está do lado da ilusão.
Penso, então, que o Cristianismo só faz sentido se me revelar a realidade da vida. Fora isso, é conto de fadas. Inevitavelmente, esta revelação ímpar começa na profunda escuridão do universo que há dentro de mim.

sábado, junho 06, 2009

Bem dito

"Não podemos conseguir sozinhos o ideal que amamos. Em um dado momento, chegamos ao limite de nossas possibilidades e ali comprovamos que, sozinhos, fracassaremos irremediavelmente e que unicamente a graça de Deus nos pode mudar."

Anselm Grün (monge alemão, psicólogo especialista e escritor prolífico), citado em
Além da Utopia, de Harold Segura (Encontro Publicações e Visão Mundial), p. 96, 97.

Este livro do Harold Segura está me ajudando muito. Está me dando coragem para tomar importantes decisões em minha vida.

terça-feira, maio 19, 2009

Bem dito

"Lança-te corajosamente à ação e faz com que às palavras se sigam os atos."
(Agostinho, Epístola 127)

terça-feira, abril 21, 2009

Tuas mãos









Tuas mãos, pesadas pelo vento,
São meus pássaros-guias.
Eu que sou assim, lento,
Vejo tuas cores e vias.

Seco e escuro som.
Pela rua sozinha, caminho.

Do silêncio que é bom,

Ouço palavras e um hino.


Tuas mãos, machucadas pelo tempo,

São meu vivo memorial;

Eu que sou em mim, esquecimento,

Lembro do início e do final.


Reto e obtuso tom.

Pela penumbra do destino,

De olhos, feito neon,

De dedos em meu desatino.


Tuas mãos, claras como o sol,

Descobrem todas as sombras;

Eu que sou em ti, girassol,

Sinto já o que me tomas.


Oh mãos que ajudam,

A trilhar-me, sem parar.

Faz-se eterna, terna no estar.

Tua tez é dos que amam,

Enquanto o desamparo continuar.


Escrevi este poema no dia 04 de outubro de 2008. Só agora resolvi publicá-lo.

terça-feira, abril 14, 2009

Não desistirei

Mesmo que a poesia morra, não desistirei.
Mesmo que meus ossos sequem, não desistirei.
Mesmo que eu me sinta extremamente cansado, não desistirei.
Mesmo que o poder do mal me aflija, não desistirei.
Mesmo que as águas profundas do meu ser me deixem confuso, não desistirei.
Mesmo que a vida pareça sem graça, não desistirei.
Mesmo que eu sinta rejeição de todos os lados, não desistirei.
Mesmo que Deus pareça distante, não desistirei.
Não desistirei de buscar a Deus e de confiar em sua Palavra, mesmo que tudo pareça estranho e sem sentido.
O Seu amor é mais forte que tudo. E a claridade plena está por vir.

sexta-feira, abril 10, 2009

A mensagem


A Páscoa não é apenas um fato, mas uma mensagem. Não é apenas a época do ano em que os israelitas repetem a singela refeição dos seus antepassados, com carne assada, pão sem fermento e ervas amargas. Não é apenas o triste dia em que um homem inocente foi morto injustamente.

Não, é muito mais que isso. É uma mensagem – profunda, única, poderosa. É a mensagem que explica a origem das coisas, que sustenta a existência, que revela uma nova justiça e que sinaliza o caminho para todos nós.

Páscoa é a mensagem de um homem que é a mensagem, que é Deus. Em Jesus Cristo, o início, o meio e o fim se fundem. E formam a maior mensagem de todas.

Nele, todo o esforço de homens santos faz sentido, porque a plenitude da verdade chega. Em seus braços ensangüentados, ela chega. E consigo traz a Boa Nova da salvação. Nele, a esperança humana se materializa na perda da vida e sua seguida ressurreição. Nele, os instantes de morte e de vida formam uma única história.

A humanidade que ora ouve, ora ensurdece-se, agora relembra o fato. Mas esquece da mensagem. A mesma humanidade que, por vezes, clama ao desconhecido pelo que já foi revelado.

Em Cristo, todos os sacrifícios de amor se encontram e se beijam. Em Cristo a última palavra da mensagem não é morte; é ressurreição.


“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo.” Hebreus 1.1-2

domingo, março 29, 2009

A escolha de Deus

Nossas fragilidades não são obstáculos para a obra de Deus. Pelo contrário, são meios para ele expressar seu caráter. Neste caso, água e óleo não apenas se misturam sim como também se conjugam para criar uma receita deliciosa. Por isso, Moisés declara em sua oração: "consolida, para nós, a obra de nossas mãos". (Sl 90.17).

A principal maneira de Deus agir neste mundo é por meio do ser humano. Por isso, a igreja é tão importante e faz tanto sentido. É pos isso também que Paulo nos lembra a linha de ligação da ação salvadora de Deus que tem a humanidade como peça principal: por um homem entrou o pecado; por outro homem (Jesus Cristo), veio a salvação (Rm 5.12-17). Aliás, a maior prova desta escolha é a vinda de Deus como homem para salvar o homem.

Esse é o jeito de Deus agir. Muitos podem não concordar com ele, mas esse é o jeito de Deus. Tanto que ele resolveu se revelar em um livro escrito por homens e por meio de histórias suas com os seres humanos. A natureza, os animais, os anjos... todos eles são também meios de Deus agir, mas nenhum se iguala ao ser humano.

E é por isso também que o pecado é algo tão sério; porque afeta diretamente esta escolha de Deus. O pecado torna o ser humano confuso diante da proposta de Deus para ele. O pecado distancia a humanidade do único lugar que dá sentido a sua caminhada: o colo de Deus. O pecado afeta diretamente o homem e prejudica significativamente sua relação com Deus e com sua obra.

A vida humana é um campo aberto para o trabalho de Deus. E isso só é fascinante para nós porque o que Deus faz é coerente com a maior de todas as suas escolhas: o ser humano.

segunda-feira, março 16, 2009

Avisos sobre a crise econômica


Não sou economista, mas quero dar uns pitacos. Não obstante as razões técnicas da crise financeira mundial, a nossa sociedade não pode ignorar os avisos para este momento da história:
1. Não esquecer que as vítimas da crise não são apenas os senhores da economia, mas também quem depende inteiramente das decisões econômicas. Segundo o Banco Mundial, até 53 milhões de pessoas passaram a enfrentar a extrema pobreza como consequência direta do cenário econômico vigente. Os grupos vulneráveis são, em especial, mulheres, crianças, migrantes, refugiados, indígenas e deficientes físicos.(1). Crise só é crise porque afeta o ser humano. As soluções, portanto, precisam ajudar o ser humano mais afetado.
2. Ter humildade para auto-avaliar sua ética. Esta crise nos mostra que a ética não tem sido um critério considerado para tomada de decisões econômicas. Muitas vezes, vale mais a ganância do que o bem-estar social. Para os cristãos isso se chama pecado.
3. Ter coragem de tomar as decisões mais corretas. A coragem é precedida pela certeza do que é certo e do que é errado. Por isso, decide-se agir, apesar das improbabilidades aparentes. O mundo tem uma ótima oportunidade para tomar, corajosamente, decisões mais justas e sábias que ajudem a todos e salvem o planeta.
4. Reconhecer a insuficiência humana. Esta crise mostrou que os sistemas econômicos não resolvem tudo. Na opinião do pesquisador Immanuel Wallerstein, "como ninguém sabe realmente quais serão as flutuações desses indicadores, que mudam praticamente diariamente, ninguém pode fazer um planejamento sensato de nada" (2). Ou seja, ainda precisamos aprender muito. Para nós, cristãos, a certeza de que há um Deus soberano, deve nos dar humildade para reconhecer nossa insuficiência. Que os senhores do dinheiro e das nações também o façam.



(1) Os direitos humanos em tempos de crise. Artigo de Maria Nazareth Farani Azevêdo, publicado em 15/03/2009, página A3, no jornal Folha de São Paulo.
(2) Aprendendo com o Brasil. Artigo de Immanuel Wallerstein, publicado em 15/03/2009, página A10, no jornal Folha de São Paulo.

domingo, março 08, 2009

A bondade que move a vida


A bondade é o coração da vida. É ela que sustenta o mundo (não a maldade). Toda bondade humana deriva da bondade de Deus. Por isso, é legítima. Expressões de afeto são formas de traduzir a bondade de Deus ao nosso mundo.


Em termos teológicos, a bondade misericordiosa de Deus chama-se graça (charis em grego) – um conceito fundamental para entender a espiritualidade cristã. É pela graça divina (bondade misericordiosa de Deus) que somos salvos. É pela graça justa (bondade sacrificial de Cristo) que somos reconciliados com a Verdade. Daí somos despertados para uma nova humanidade que tem Jesus como modelo e o Espírito Santo como companheiro.


O que muda então? Começamos a viver o que Paulo, o apóstolo, chama de “viver de acordo com o Espírito”. Em outras palavras, há um jeito diferente de viver, baseado num transcendente, porém real relacionamento com Deus. Essa é a verdadeira espiritualidade: viver pelo Espírito.


Portanto, falar de bondade apenas como um esforço humano é reduzi-la a expressões isoladas de afeto (muitas vezes, no fundo egoístas). A bondade que move a vida procede de Deus e estende-se profundamente a todo aquele que vive segundo o Espírito Santo. Essa dimensão concreta de bondade chama-se graça.

O caminho da graça é o único que faz sentido em um mundo confuso e malvado como o nosso. Como disse certo teólogo, “ela é a cola de Deus para um mundo quebrado”.


Para ler: Efésios 2.8,9, 15, Rm 8.5,6; 12-15.

sábado, março 07, 2009

De cara nova


Para os aventureiros - assíduos do meu blog, por isso aventureiros -, o Fatos e Correlatos está de cara nova. Alterei o subtítulo (e umas coisinhas mais). Com a ajuda da minha esposa, Kelen, também mudei algumas cores. Queria que o layout expressasse um pouco melhor a diversidade do blog. Espero que vocês gostem. Aguardo comentários!

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Liberdade e orfandade

ossa geração parece confusa. E isso se deve em parte por causa de sua incompreensão sobre liberdade. A palavra é bonita, se torna um alvo, uma linha de chegada para a maioria dos nossos contemporâneos.
Imagino um adolescente sonhando em ser independente dos pais: chegar a hora que quiser em casa, fazer o que desejar, se relacionar com quem quiser...
Imagino uma mulher pensando em como seria bom se tivesse permanecido solteira: poderia trabalhar mais, ganhar mais, ter mais relacionamentos amorosos, planejar melhor sua vida.
O homem já pensa seriamente em ter mais de um casamento. Se não der certo um, apropria-se do direito à liberdade e bem-estar, para pedir o divórcio e iniciar um novo ato conjugal.
Por trás desta maneira de pensar há uma idéia de que "fomos feitos para sermos livres, e disso ninguém pode nos privar".
Mas por muitas vezes esquecemos que a liberdade não tem muito sentido se não consideramos também nossa própria natureza humana. Ou seja, somos seres que necessitam de ajuda, que precisam de modelos, que anseiam por orientação na caminhada da vida. Liberdade sem referências que nos moldem e nos mostrem o caminho certo nos torna órfãos, e não pessoas livres.
É triste perceber que caminhamos rumo à orfandade. Não temos mais pessoas reais a quem nos espelhar; apenas os vultos plastificados pela TV ou pela maquiagem da publicidade. Não desejamos ouvir os conselhos de outros que nos conhecem, que sabem nossa história pessoal, que nos amam. Preferimos os conselhos fabricados de autores de livros de sucesso que vendem milhões de exemplares, mas que não sabem quem realmente somos.
No livro A Estrada, de Cormac McCarthy, um homem e seu filho caminham por uma longa estrada em direção à costa, tentando sobreviver em uma terra completamente devastada e destruída; sem comida, com quase nenhuma esperança, sem pessoas do bem com quem caminhar. A ficção traduz claramente este sentimento de orfandade que vivemos hoje.
Precisamos repensar o que entendemos por liberdade. Isso vai nos ajudar a fazer as escolhas certas, a valorizar a amizade e as pessoas que estão próximas.
Liberdade é um presente de Deus. Ele sabe que precisamos tomar conta da nossa vida, mas sabe também que precisamos uns dos outros. E precisamos essencialmente dele mesmo.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Morte e vida, passado, presente e futuro

No primeiro dia do ano, recebo a notícia da morte da Valquíria - uma moça de 21 anos, sorridente, serva e irmã em Cristo. No mesmo dia vejo no jornal televisivo que outra Valquíria - uma jovem mãe - deu à luz à primeira criança de Belo Horizonte em 2009.
Morte e vida, passado, presente e futuro: realidade. Cada tempo é um mistério. Cada história é um mundo de morte e vida, passado, presente e futuro. Seriam inconciliáveis por natureza, a não ser pela mão do Bom Pastor que reuniu céu e terra, passado, presente e futuro em um só tempo, em uma só vida, em uma só morte.
O que esperar do ano que chega? Nada. Ele é que espera de nós: mais paixão pela vida, mais amor pelo Bom Pastor, mais compaixão pelos outros.
Que Deus console a família da nossa querida Valquíria.