Eu, sentado na poltrona de um metrô de São Paulo. 10h00. Manhã de hoje. Absorvo os rostos e jeitos dos passageiros. As rugas e as varizes da senhora me chamam a atenção. Como era seu rosto há 20 anos? Ela tem uma beleza perdida. Será que ainda lembra do tempo de jovem menina? O quanto das marcas do sofrimento lhe diminuiram a esperança?
Do outro lado, um rapaz mexendo repetidamente os dedos. Só então percebo o quanto os sons e os movimentos desta viagem são irritantemente repetitivos. A ânsia por algo novo me incomoda.
A moça que fala ao telefone parece sentir-se única em meio a tanta gente. Sua vida está contida no diálogo com uma pessoa invisível do outro lado da linha.
Pergunto-me em pensamento: este sou eu ou é o outro de mim? Este outro seria o verdadeiro, ainda que em tranformação pela graça? Ou seria ele o falso, que teima em impedir a renovação genuína?
Que conflito! Que complexidade! E em tão breve viagem de metrô...
terça-feira, dezembro 15, 2009
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