quinta-feira, junho 30, 2005

Metanóia

Olhos lacrimejantes, sol nascendo, vindo, indo...
Nuvens escuras, vem chuva, águas de salvação.
O menino corre engolindo os pingos, feliz da vida!
E os telhados choram, a vida chora.

Bocas secas, lua cheia, aproximando-se, chegando...
A força da luz, mais que a angústia, que a ilusão.
Como a própria esperança, o próximo caminho
É real... até a lua desnudar-se, dar-se a mim.

Ouvidos surdos. O som das flores abrindo-se é insignificante.
Como sentir o mundo então? Sem música, não há sentimentos.
É primavera. Eu... espero renascer, à espera da sintonia perfeita, magra.

Ninguém menospreze um sem-coragem. Ele vive, ele muda.
Enquanto há sol, enquanto chove e a lua cheia dança com a primavera
Há metamorfoses, há metanóia, há estações, há quatro vidas. Mas um silêncio antes.
27-12-04

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