Sabe qual o meu sonho desde 2005? É imaginar um mundo de partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano. No qual a dor de um seja o cuidado do outro. Em que as portas das casas não tenham trancas, ninguém caminhe com medo pelas ruas, a todos estejam assegurados os mesmos direitos e oportunidades. Uma civilização do amor, onde todos vivam como irmãos e irmãs, em torno da mesa da comunhão de bens e de espírito, de modo que Deus possa ser verdadeiramente louvado como Pai Nosso.
Frei Betto, em "Carta ao Arqueólogo do Futuro".
sábado, janeiro 21, 2006
domingo, janeiro 08, 2006
Um pequena crônica
Janela ao sol. Estico o pescoço com dificuldades e olho para fora. Pessoas apressadas, buzinas, olhares fugidios.
Ouço vozes, muitas. Desconexas, sem fim nem começo.
Sinto cheiros estranhos. Não há mais o que se provar. Não há mais gostos, apenas releituras bizarras. Fedor.
Os toques são sempre involuntários. Esbarros. Ninguém teve a intenção. O emaranhado das relações parece mais novelos de lã embaraçados. Ninguém sabe onde tudo começa.
Estou cansado, minha vista dói. Não suporto mais essa confusão.
Encolho o pescoço, fecho a janela, olho para o quarto. O espelho no fundo revela-me. Descubro, então, que eu estava dentro de mim.
Ouço vozes, muitas. Desconexas, sem fim nem começo.
Sinto cheiros estranhos. Não há mais o que se provar. Não há mais gostos, apenas releituras bizarras. Fedor.
Os toques são sempre involuntários. Esbarros. Ninguém teve a intenção. O emaranhado das relações parece mais novelos de lã embaraçados. Ninguém sabe onde tudo começa.
Estou cansado, minha vista dói. Não suporto mais essa confusão.
Encolho o pescoço, fecho a janela, olho para o quarto. O espelho no fundo revela-me. Descubro, então, que eu estava dentro de mim.
Captura impossível
O que é a Palavra senão o Verbo?
O que a fundamenta senão quem a profere?
Fora da Palavra não há realidade, não há caminho, não há verdade, não há vida.
A Palavra é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. A Palavra é uma pessoa. Ela não pode ser relativa porque não é algo, mas alguém.
Portanto, é ínutil capturar a Verdade. Como água escorrendo pelos dedos, é impossível contê-la.
Ansiamos aprisionar o vento. Como? Que sonho, ilusão, utopia!
O que nos cabe é o que a boca do Senhor nos confere. Nada mais, nada menos.
O que a fundamenta senão quem a profere?
Fora da Palavra não há realidade, não há caminho, não há verdade, não há vida.
A Palavra é o Verbo que se fez carne e habitou entre nós. A Palavra é uma pessoa. Ela não pode ser relativa porque não é algo, mas alguém.
Portanto, é ínutil capturar a Verdade. Como água escorrendo pelos dedos, é impossível contê-la.
Ansiamos aprisionar o vento. Como? Que sonho, ilusão, utopia!
O que nos cabe é o que a boca do Senhor nos confere. Nada mais, nada menos.
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