domingo, março 29, 2009

A escolha de Deus

Nossas fragilidades não são obstáculos para a obra de Deus. Pelo contrário, são meios para ele expressar seu caráter. Neste caso, água e óleo não apenas se misturam sim como também se conjugam para criar uma receita deliciosa. Por isso, Moisés declara em sua oração: "consolida, para nós, a obra de nossas mãos". (Sl 90.17).

A principal maneira de Deus agir neste mundo é por meio do ser humano. Por isso, a igreja é tão importante e faz tanto sentido. É pos isso também que Paulo nos lembra a linha de ligação da ação salvadora de Deus que tem a humanidade como peça principal: por um homem entrou o pecado; por outro homem (Jesus Cristo), veio a salvação (Rm 5.12-17). Aliás, a maior prova desta escolha é a vinda de Deus como homem para salvar o homem.

Esse é o jeito de Deus agir. Muitos podem não concordar com ele, mas esse é o jeito de Deus. Tanto que ele resolveu se revelar em um livro escrito por homens e por meio de histórias suas com os seres humanos. A natureza, os animais, os anjos... todos eles são também meios de Deus agir, mas nenhum se iguala ao ser humano.

E é por isso também que o pecado é algo tão sério; porque afeta diretamente esta escolha de Deus. O pecado torna o ser humano confuso diante da proposta de Deus para ele. O pecado distancia a humanidade do único lugar que dá sentido a sua caminhada: o colo de Deus. O pecado afeta diretamente o homem e prejudica significativamente sua relação com Deus e com sua obra.

A vida humana é um campo aberto para o trabalho de Deus. E isso só é fascinante para nós porque o que Deus faz é coerente com a maior de todas as suas escolhas: o ser humano.

segunda-feira, março 16, 2009

Avisos sobre a crise econômica


Não sou economista, mas quero dar uns pitacos. Não obstante as razões técnicas da crise financeira mundial, a nossa sociedade não pode ignorar os avisos para este momento da história:
1. Não esquecer que as vítimas da crise não são apenas os senhores da economia, mas também quem depende inteiramente das decisões econômicas. Segundo o Banco Mundial, até 53 milhões de pessoas passaram a enfrentar a extrema pobreza como consequência direta do cenário econômico vigente. Os grupos vulneráveis são, em especial, mulheres, crianças, migrantes, refugiados, indígenas e deficientes físicos.(1). Crise só é crise porque afeta o ser humano. As soluções, portanto, precisam ajudar o ser humano mais afetado.
2. Ter humildade para auto-avaliar sua ética. Esta crise nos mostra que a ética não tem sido um critério considerado para tomada de decisões econômicas. Muitas vezes, vale mais a ganância do que o bem-estar social. Para os cristãos isso se chama pecado.
3. Ter coragem de tomar as decisões mais corretas. A coragem é precedida pela certeza do que é certo e do que é errado. Por isso, decide-se agir, apesar das improbabilidades aparentes. O mundo tem uma ótima oportunidade para tomar, corajosamente, decisões mais justas e sábias que ajudem a todos e salvem o planeta.
4. Reconhecer a insuficiência humana. Esta crise mostrou que os sistemas econômicos não resolvem tudo. Na opinião do pesquisador Immanuel Wallerstein, "como ninguém sabe realmente quais serão as flutuações desses indicadores, que mudam praticamente diariamente, ninguém pode fazer um planejamento sensato de nada" (2). Ou seja, ainda precisamos aprender muito. Para nós, cristãos, a certeza de que há um Deus soberano, deve nos dar humildade para reconhecer nossa insuficiência. Que os senhores do dinheiro e das nações também o façam.



(1) Os direitos humanos em tempos de crise. Artigo de Maria Nazareth Farani Azevêdo, publicado em 15/03/2009, página A3, no jornal Folha de São Paulo.
(2) Aprendendo com o Brasil. Artigo de Immanuel Wallerstein, publicado em 15/03/2009, página A10, no jornal Folha de São Paulo.

domingo, março 08, 2009

A bondade que move a vida


A bondade é o coração da vida. É ela que sustenta o mundo (não a maldade). Toda bondade humana deriva da bondade de Deus. Por isso, é legítima. Expressões de afeto são formas de traduzir a bondade de Deus ao nosso mundo.


Em termos teológicos, a bondade misericordiosa de Deus chama-se graça (charis em grego) – um conceito fundamental para entender a espiritualidade cristã. É pela graça divina (bondade misericordiosa de Deus) que somos salvos. É pela graça justa (bondade sacrificial de Cristo) que somos reconciliados com a Verdade. Daí somos despertados para uma nova humanidade que tem Jesus como modelo e o Espírito Santo como companheiro.


O que muda então? Começamos a viver o que Paulo, o apóstolo, chama de “viver de acordo com o Espírito”. Em outras palavras, há um jeito diferente de viver, baseado num transcendente, porém real relacionamento com Deus. Essa é a verdadeira espiritualidade: viver pelo Espírito.


Portanto, falar de bondade apenas como um esforço humano é reduzi-la a expressões isoladas de afeto (muitas vezes, no fundo egoístas). A bondade que move a vida procede de Deus e estende-se profundamente a todo aquele que vive segundo o Espírito Santo. Essa dimensão concreta de bondade chama-se graça.

O caminho da graça é o único que faz sentido em um mundo confuso e malvado como o nosso. Como disse certo teólogo, “ela é a cola de Deus para um mundo quebrado”.


Para ler: Efésios 2.8,9, 15, Rm 8.5,6; 12-15.

sábado, março 07, 2009

De cara nova


Para os aventureiros - assíduos do meu blog, por isso aventureiros -, o Fatos e Correlatos está de cara nova. Alterei o subtítulo (e umas coisinhas mais). Com a ajuda da minha esposa, Kelen, também mudei algumas cores. Queria que o layout expressasse um pouco melhor a diversidade do blog. Espero que vocês gostem. Aguardo comentários!