sábado, novembro 24, 2007

Distantes


Estreiteza de mim. Largueza dele.
O que penso cabe em uma caixa de fósforos;
O que ele pensa é além do horizonte, da vida.

Feiúra minha. Beleza dele.
O que mostro é conveniente, parcial.
O que ele mostra é luz total, êxtase do Belo.

Hipocrisia minha. Verdade dele.
O que falo é som vazio fruto de limitações.
O que ele fala é vento forte, caminho à transparência.

Tudo o que sou é pequeno diante dele.
Tudo o que faço é mínimo diante do que ele faz.

Abismo tal! Intrasponível será?
De minha parte sim, pois não sou mais do que existe.
Da parte dele não, pois em si reside o poder para pequeno ser.

De alguma forma, somos distantes para que eu reconheça saudades dele.

Eu preciso dele. Desde o começo.
É inexplicável, mas é verdade.

Um comentário:

Luís Gustavo disse...

Comentário? Sem comentários!!!
Parabéns, Lissânder!