terça-feira, dezembro 18, 2007

Deus visita o mundo bagunçado


Uma garota solteira prestes a ser mãe. Uma cidadezinha lotada por conta do recenseamento: muito barulho, sem lugares vagos para hospedagem. Um homem, meio envergonhado, guiando sua quase-família. Esse era o contexto do nascimento de Jesus.

Belém era a cidade. A garota era Maria. O homem era José, noivo de Maria. E na barriga dela, um menino que viria mudar a história do mundo. É Inegavelmente intrigante que Deus, em sua soberania, escolhesse esse momento e esses personagens para a vinda de seu filho.

Há algo de subversivo aqui, algo inadequado para os padrões sociais e para nossa própria consciência. De certa maneira, Deus está nos dizendo: “veja, esta é a vida real – um mundo bagunçado, mas com o qual me importo”.

Nossa bagunça é o solo para a graça de Deus. Natal é lembrar que o Filho do Homem um dia nos visitou, e, que mesmo longe, nunca deixou de estar próximo.

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O menino que numa manjedoura nasceu é o sinal da única esperança para a humanidade. Jesus veio nos mostrar que o amor de Deus é definitivamente completo, porque une compaixão e justiça em nosso favor.

sábado, dezembro 08, 2007

Surpresas em Lima

Hoje é minha última noite em Lima (Peru). Estou aqui desde o dia 05, participando de uma oficina sobre segurança das crianças em projetos sociais. Nestes dias conheci muitas coisas e pessoas interessantes. Conheci também um pouco mais de mim mesmo.

É muito bom viajar. Melhor ainda é perceber o exato momento em que você já nao é mais a mesma pessoa. Me dei conta que mudamos mais do que pensamos ou conseguimos captar. Cada evento, cada ato... nos toca, nos marca - consciente ou inconcientemente. Na maioria das vezes, inconcientemente.

Por isso, precisamos da poesia para vermos melhor o que nosso pragmatismo nos esconde. A surpresa da vida só é possível porque somos limitados. Por isso, nao consigo entender aonde a nossa geraçao quer chegar. Quando escolhe a auto-suficiência, ela está percorrendo o caminho errado. Será que ninguém percebe? Com o tempo, a humanidade se dará conta de que perdeu o elemento mais interessante da vida: a imprevisibilidade.

Crer em um Ser Infinito e maior do que nós, nos ajuda a entender com realismo nossa própria pequenez. Com isso, a vida se torna muito mais interessante e valiosa. E nós nos tornamos mais humildes em nossas vitórias e derrotas.

Voltando a falar de minha viagem, Lima tem uma característica que me chamou a atençao: aqui temos sempre a impressao de que vai chover, mas nunca chove. O céu é cinza, o vento é constante e a temperatura é relativamente baixa. No entanto, a chuva nao vem. Para os visitantes, pode parecer óbvio que vai cair água do céu, mas nao cai.

No entanto, ninguém perde a esperança de que um dia talvez a chuva venha.

sábado, novembro 24, 2007

Distantes


Estreiteza de mim. Largueza dele.
O que penso cabe em uma caixa de fósforos;
O que ele pensa é além do horizonte, da vida.

Feiúra minha. Beleza dele.
O que mostro é conveniente, parcial.
O que ele mostra é luz total, êxtase do Belo.

Hipocrisia minha. Verdade dele.
O que falo é som vazio fruto de limitações.
O que ele fala é vento forte, caminho à transparência.

Tudo o que sou é pequeno diante dele.
Tudo o que faço é mínimo diante do que ele faz.

Abismo tal! Intrasponível será?
De minha parte sim, pois não sou mais do que existe.
Da parte dele não, pois em si reside o poder para pequeno ser.

De alguma forma, somos distantes para que eu reconheça saudades dele.

Eu preciso dele. Desde o começo.
É inexplicável, mas é verdade.

domingo, novembro 18, 2007

Vida e Tempo


No silêncio da tarde de domingo, penso na vida. Penso na maneira como vejo os outros. Penso no tempo que não é contado pelos ponteiros de um relógio.

O tempo, na verdade, é desconhecido. Pensamos que o conhecemos porque criamos uma fórmula matemática para medi-lo. Mas o tempo é um hábil fugitivo. Num momento gozamos de sua companhia. De repente, ele já não está aqui.

Há uma lógica sobre o tempo sobre a qual poucos pensam. O verdadeiro tempo está no ritmo da vida e não nos ponteiros. Quando devo falar e quando devo ficar em silêncio? Quando devo chorar e quando devo me alegrar? Quando devo estender a mão? Quando devo parar e olhar para trás? Quando devo seguir a decisão de caminhar e caminhar? O olhar da mãe tem seu tempo próprio, que não dá para explicar. O sorriso do amigo também.

A vida é companheira do tempo. Eles andam juntos, mudando constantemente os passos e rindo de nós por isso. Nós, seres humanos, somos geralmente enganados por estes dois porque achamos que os conhecemos. Meu medo é que a gente perceba tarde demais que o tempo e a vida já se foram, e nunca mais voltarão.

A morte de Carlos*

"Foi porque Deus quis?" A pergunta ressoou nas mentes de dezenas de pessoas ao redor do caixão de Carlos. Ele só tinha 23. Sua mãe estava desconsolada.
Eu e James entramos na sala-de-estar, com passos desconfortáveis. Me sentia um intruso querendo consolar. Não conhecíamos a maioria das pessoas. Nossos cumprimentos eram sempre tímidos. Quem conhecíamos já estavam chorando e, portanto, nosso interesse se voltou mais para consolá-los do que cumprimentá-los. Um aperto de mão, um abraço, um raro beijo. Palavras de constatação: "a vida é como uma neblina, já dizia Tiago". Oração: "Senhor, consola a família!". Conselhos: "ele já se foi; agora devemos cuidar dos que ficaram".
Carlos era um rapaz forte. Vivia com Patrícia* e a filhinha do casal, Juliana*. Os três formavam uma família muito jovem. Somando, não tinham a idade de uma pessoa de 50 anos. O cortejo fúnebre passou ao lado da casa onde Juliana, ignorante ao terrível infortúnio, brincava distraídamente. Mal sabia que seu pai se fora para sempre.
Mesmo discretamente, ouvimos informações de que Carlos estava tomando anabolizantes, o que teria causado o infarto fulminante. "Foi porque Deus quis?" era a pergunta.
Eu acredito na bondade de Deus. Também sei que a maldade ainda não morreu. Seu cortejo fúnebre, porém, está por vir.

* Nomes fictícios.

quarta-feira, novembro 14, 2007

A beleza em si

"Os livros ou a música nos quais imaginamos que a beleza estivesse acabarão nos traindo se confiarmos neles. A beleza não estava neles; ela apenas nos alcançou através deles, e o que nos acometeu por meio deles foi o passado - são belas as imagens do nosso real desejo; mas, quando as confundimos com a coisa em si, elas se tornam ídolos mudos, quebrando o coração de seus adoradores. Pois elas não são a coisa em si; não passam da fragrância de uma flor que não encontramos, do eco de um tom que não ouvimos, de notícias de um país que jamais visitamos. Você acha que estou tentando fazer alguma mágica? Quem sabe esteja; mas lembre-se dos seus contos de fada. A mágica é usada tanto para quebrar o encantamento quanto para induzi-lo."

C.S. Lewis (The Weith of Glory - Peso de Glória)

quarta-feira, outubro 24, 2007

Seja paciente...

"Seja paciente, pois cada pessoa que você encontra está enfrentando uma grande batalha"
(Filo de Alexandria apud Furnal, 2007).

segunda-feira, outubro 22, 2007

Incredulidade e credulidade

Caminhei ontem por ruas empoeiradas e casas ainda em construção. Conversei com pessoas sobre a vida, sobre a Bíblia e sobre Deus. Mentes que passam ao largo dos assuntos pautados pela Academia, como pós-modernidade, relativismo, etc. Os temas que elas denunciam são: hipocrisia, manipulação religiosa, vícios etc.

No fundo de cada conversa, uma incredulidade está misturada com credulidade (se é que isso é possível!). É o que posso pensar agora.

A incredulidade torna-os distantes da Bíblia em seu estudo sério, torna a experiência espiritual uma piada em suas manifestações religiosas. Mas, ao mesmo tempo, uma credulidade que permite o diálogo franco, aberto, alegre. Permite a oração sincera de quem está sofrendo. Permite a curiosidade pelo que diz a Bíblia, mesmo sendo tão difícil entender sua linguagem.

Talvez, neste caso, a falta de fé e a fé se juntam porque na verdade, eles creem em Deus, mas descreem na Igreja.

Como entender isso? Que respostas devo dar? Qual deve ser o meu discurso?

Questões que fogem dos limites da academia e estão lá... na mente e no coração do povo.

domingo, outubro 14, 2007

Olhos de esperança

Nos olhos sofridos, o toque da esperança.

Domingo, dia do Senhor Deus. Dia da comunhão. Hoje, 14 de outubro, primeiro dia da semana, faltando uma hora para findá-lo. Na memória, a lembrança daqueles olhos que pediam esperança.

Congregação Presbiteriana de Teixeiras - uma comunidade com duas vezes mais crianças que adultos. Crianças vivas que ainda sentem a vontade de sorrir, de pular, de amar. Ainda há chance.

Crianças que não sabem orar, mas querem aprender. Crianças que nos ensinam a falar com Deus, sem máscaras do cinismo. Que ao reconhecerem a própria realidade, sentem tristeza por ser o que são.

Elas têm vontade de participar da Ceia do Senhor. Na verdade, elas deveríam ser as primeiras, segundo Jesus, a gozar da Sua companhia. Eu... um adulto que sente saudades de si mesmo criança, gozo da alegria de tê-las comigo. De rir junto com elas dos nossos próprios erros.
Os pecados das crianças não podem justificar nossa insensibilidade e rigidez para com elas. Devem ser razões para percebermos o quanto nossa sociedade adulta errou.

Olho para as crianças com as quais convivo e vejo olhos sofridos, mas esperançosos. Talvez nem elas mesmas saibam de onde vem tal bálsamo.

Que nossos olhos sejam como os delas.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Embriaguez

Traga-me a garrafa! Lhe darei o líquido.
O que queres é mais do que podes ter. Basta a ti esperar...
Espera pelo que ainda se faz,
[pelo que se constrói com as mãos e o coração quente.

Traga-me o gole profundo do fel. Beberei; sem prazer, mas beberei.
O que queres é ter o invisível. Basta a ti fechar os olhos...
Olha tua própria face! Tens olhos de amêndoas.

Traga-me o que de melhor há. Juro permanecer em pé, imóvel.
Este é o ambiente que desejo: pessoas indo e vindo, som ao fundo, luz fraca.
Enquanto isso, minha viagem segue rumo ao infinito.
Esperando a próxima embriaguez da poesia,
[mas sempre com os pés no chão.

(Lissânder D. do Amaral)

quarta-feira, outubro 03, 2007

Lei e Graça

"A lei humilha, a graça exalta. A lei opera o temor e a ira; a graça opera a esperança e a misericórdia. A lei diz: "Faça isto", mas nunca se faz; a graça diz: "Creia em Jesus Cristo", e já está tudo feito. (Martinho Lutero)

segunda-feira, setembro 17, 2007

O Valor do Encontro

Dizem que a vida é feita de encontros, chegadas e despedidas. Sabe o que acho mais importante na magia do encontro? O olhar: poder perceber outros olhares, outras maneiras de ver o mesmo jardim e, assim, ser possível compartilhar esta descoberta no momento do encontro.

Não estou falando do enganoso conceito de “relativismo”. Falo da complementariedade, da benção que temos em unir olhares e, de repente, descobrir algo que não sabíamos sobre Deus, sobre sua Criação. Mesmo que, com a Internet, a tecnologia tenha revolucionado a maneira de nos relacionarmos, nada substituirá a força do encontro, de olho no olho, do sentir a presença do outro, do abraço gostoso, do sorriso espontâneo. Sabe por quê? Porque é no relacionamento que descobrimos nossa identidade diante de Cristo. Não em regras para seguir, mas nos encontros que vivenciamos.

Olho para trás e vejo tantos “pontos de encontro” que Deus nos deu para unir nossos olhares. Cada um de nós descobre que somos mais do que nossos próprios olhos. Esses "pontos de encontro" são oportunidades de percebermos o quanto nossa visão mudou e o quanto isto foi importante para nosso chamado, nossa vocação, nossa vida.

Nossos olhos já não são os mesmos. Alguns foram envelhecendo durante todos estes anos. Outros ficaram mais cristalinos por causa das lágrimas que caíram. Alguns, mesmo não enxergando mais tão bem por fora, vêem melhor por dentro, porque aprenderam a enxergar o coração. Em meio a tudo isto, percebemos o mais importante: os olhos do Senhor nunca nos deixaram e a Sua fidelidade sempre esteve presente. Vamos celebrar este milagre!

Não subestimemos o poder e a benção do ENCONTRO. Ele nos renova, nos anima e poderosamente nos transforma. Afinal, quando Deus resolveu se fazer homem e se encontrar conosco, o mundo nunca mais foi o mesmo.

(texto originalmente escrito para o 1º Encontro dos Ex-alunos do CEM, em 2003)

segunda-feira, setembro 10, 2007

Poetas

"Poetas são pessoas que, olhando para as coisas comuns que todo o mundo vê, vêem coisas que ninguém vê. Por isso a poesia é remédio para a cegueira."
Rubem Alves

saudade

saudade: lembrança do que foi, sem nunca ter ido.
saudade do caminho de rio, grande.
saudade do bravio mar, que de tanto ar.
saudade da madrugada, negra, seda.
saudade do que sonho, queda-se em mim.
(l.d.a.)

domingo, setembro 09, 2007

Deus

Deus, tua palavra, caminhando,
Pelas rodas inesperadas, vívidas.

Deus, teu toque, seguindo-me,
Pelas ruas empoeiradas, inóspitas.

Deus, teu rosto, refletindo,
Pelos espelhos quebrados, sujos.

Deus, teus olhos, roçando,
Pelos clarões abertos, verdes.

Deus, teu silêncio, perfurando,
Pelas esquinas nuas, prostituídas.

Deus, teu ser, transformando,
Pelas vias do coração, escuras e eternas.

Lissânder D. do Amaral

sexta-feira, setembro 07, 2007

Reino sem rei

Que será de um reino sem seu rei? Será miragem ou apenas uma metáfora?
O rei torna o reino real (com acidentes geográficos, gente caminhando, erros e acertos). Ignorar a presença pessoal do rei é banalizar o reino e toda a sua riqueza.
O Cristianismo oferece um reino que foi anunciado pelo seu próprio rei. O reino é a promessa do rei. O rei é a garantia de que o reino será instaurado completamente.
É certo que sempre desejamos pintar o rei do nosso jeito, especialmente quando temos poder político e religioso para isso. É certo, todavia, que o reino não passa de uma bela metáfora (especialmente, para nossos interesses sociais e políticos) se o rei não tiver poder para governá-lo.
Nós, seres humanos, não podemos ignorar a presença de ambos. Gostamos das bençãos do reino ("alegria, justiça e paz"), mas também precisamos considerar a presença real, pessoal e remidora do rei em nossas vidas marcadas pela rebeldia.
"Reino" e "Rei" devem ser escritos com letras bem maiúsculas.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Silêncio

“Somente quando entramos no silêncio, numa dimensão íntima, solitária, é que somos levados ao nosso próprio coração e ao coração de Deus. É só quando sei estar sozinho e quieto diante da face silenciosa e amorosa de Deus que minha narrativa é transformada, minha linguagem deixa de ser explicativa, argumentativa, para se tornar a linguagem da intimidade”.
Osmar Ludovico, no livro Meditatio.

Casamento

Casamento é uma nova maneira de viver. Ajuda a gente a ser menos egoísta. Ajuda a gente a reorganizar nossa vida.
Eu estou mais estável. Posso fazer mais planos para o futuro, porque tenho alguém para sonhar comigo. Posso buscar mais a Deus, porque tenho alguém para orar comigo.
Amanhã fará um mês que eu me casei com a Kelen. Que o Senhor continue sendo nosso companheiro de caminhada!

quinta-feira, agosto 23, 2007

Cadê?

"Onde está a vida que perdemos vivendo? Onde está a sabedoria que perdemos com o conhecimento? Onde está o conhecimento que perdemos com a informação? Os ciclos do céu em vinte séculos nos levaram para mais longe de Deus e mais próximos do pó" (T.S. Eliot).

quinta-feira, junho 21, 2007

A Casa

Em meus sonhos, vi uma casa,
Pintada de azul e rosa;
Parecia ter sorriso, parecia ter asa,
Simples por fora, por dentro formosa.

Quanto mais me aproximava,
Mais brilhante era ela.
Era amor que inalava
Pela fresta da grande janela.

Porém a casa estava inacabada;
Ainda faltava gente, chão e telhado.
Era beleza sem ser apreciada,
Era vazio pra tudo que é lado.

Como feito isso é?
Casa tão bela abandonada?
Parece procissão sem fé
Andando pela estrada.

Entre a beleza e a solidão descobri
Que a casa incompleta existia
Porque o chão era meu amor por ti
E o telhado era teu amor que cobria.

Entendi, então, que Amor é construção,
Que a casa éramos você e eu.
Que quando estás ausente, não há chão.
E o telhado que me cobre é o coração teu.

Oh! Que casa bela!
Quantas de ti existem,
Inalando amor pela janela,
Neste mundo triste?

Obrigado, Deus Pai,
Pelo amor que nos chega,
Pela construção da paz
Que a humanidade renega.

Fica conosco na casa
Que construímos contigo!
Em vão vigia o guarda,
Se tu não és nosso amigo.


Poema escrito em 12 de junho de 2007 para minha amada Kelen, que faz morada em meu coração.

sexta-feira, maio 18, 2007

O mundo é um livro

O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página.
Santo Agostinho

sábado, maio 05, 2007

Cena do cotidiano 3

- Saio para comprar pão em Belo Horizonte. A padaria fica a três quarteirões. No caminho de ida, passa por mim um homem discursando para si próprio, somente para si. Na volta, olho para o outro lado da rua e mais um homem passa falando sozinho, efusivamente. No final da minha caminhada, passo ao lado de uma rodinha formada por taxistas e o assunto do momento é futebol. Olho para os outdoors espalhados e vejo convites e promessas irreais. Volto para a casa da minha sogra, pensativo, com perguntas de matutos: o que há de errado com esta cidade?

domingo, abril 29, 2007

Cenas do cotidiano II

- Belo Horizonte. Pego um táxi. Sérgio, o taxista, fala rápido e é apressado em nos convencer de que ele é bondoso, muito bondoso. Não nos dá chance para contrariá-lo em suas formulações "filosóficas" sobre o gênero feminino, sobre o amor, sobre família e sobre Deus. No final da corrida, ele mostra a foto da avó que hoje tem 103 anos e diz: ela é uma santa! Como gostaria de ser metade do que ela é!

- Domingo. Chego à igreja. No fundo do salão, algumas cadeiras muito bonitas (mais parecem tronos). São reservadas aos líderes. Eles chegam vestidos soberanamente com terno e gravata. Feições concentradas. O pastor fala. As pessoas ouvem.

Depois tem mais...

sábado, abril 28, 2007

Cenas do cotidiano

Sai de Viçosa neste fim de semana. Vim para a casa da família da Kelen em BH. Fazia tempo que não viajava a passeio. Com o olhar voltado ao cotidiano, algumas imagens ficaram em minha memória:
- Eu tomando banho. Em meio ao vapor do chuveiro, percebo a frase colada na porta do banheiro: Deus é fiel.
- Estou em Sabará, cidade histórica de Minas Gerais. Visito o Museu do Ouro e encontro marcas da exploração humana: louças inglesas, móveis portugueses, instrumentos de pesagem de ouro e outras pedras preciosas, imagens de negros no trabalho escravo. Tudo muito bonito, mas um pouco cruel.
Depois vou listar mais cenas do cotidiano...

sábado, abril 14, 2007

Para pensar

"Nosso maior perigo é sermos bem-sucedidos em coisas que não importam".

sábado, fevereiro 24, 2007

Oração do Caminheiro

Ó Senhor Deus!
Na estrada longa, as pedras machucam meus pés.
À espera pelo sol, a aurora cintila a angústia de meu coração.
Vem, aplaina a terra na qual piso, torna firme o meu caminho.

Na jornada da vida, meu corpo dói e meus lábios silenciam.
À espera pela chuva, o vento sopra palavras em meus ouvidos.
Vem, acalma a tempestade dentro de mim, torna firme o meu caminho.

Na confusão das minhas incertezas, minha mente sofre tentações.
À espera pela luz, as estrelas brilham tua graça em meus olhos.
Vem, ilumina a noite que me assola, torna firme o meu caminho.

Na decepção da derrota, minhas mãos e punhos enfraquecem.
À espera pelo horizonte, as montanhas revelam tua santidade infinda.
Vem, restaura minha esperança, torna firme o meu caminho.

Ó Senhor Deus!
Sara meus pés, alivia meu corpo,
Protege minha mente e fortalece minhas mãos.

Pelo teu amor leal e para tua glória,
Torna-me firme em teu Caminho,
Pois não há outro digno de ser percorrido.
Em nome de Jesus, amém.

Lissânder Dias (24.02.2007)